Quem é o Diretor? - Makoto Shinkai


Aproveitando para informar mais uma grande parceria feita pelo 1mm com o Subete Animes - 全て アニ メ, Trago para vc uma reportagem melhor sobre nosso grandioso Makoto Shinkai. A fonte, nada mais nada menos que o próprio Subete, que me permitiu trazer. Adorei essa matéria, que está supercompleta. Apenas dei uma edita para colocar os links de downloads, que ainda nao tinha. Entretnto, a matéria toda é dele, e nao vou alterá-la em nada. Quem quiser conferir o blog, que é muito bom, é só dar uma olhada na nossa guia de parceiros. Lembrando que escrevi sobre Makoto Shinkai após assistir suas obras, que realmente achei muito boas... Entao, vamos para a matéria ^^

Especial: Makoto Shinkai



Depois de assistir ao incrível Byousoku 5 Centimeter de Makoto Shinkai, e ficar impressionado com a qualidade de arte e enredo do anime, resolvi criar um tópico inteiramente dedicado a esse criativo produtor/diretor. Aliás, tive uma idéia ainda melhor enquanto pensava sobre essa postagem. Sempre que sobrar algum tempo, vou escrever matérias especiais sobre produtoras, diretores e pessoas famosas no mercado de animação japonesa. Espere ver nomes como Aida Yuu (Gunslinger Girl), Masamune Shirou (Ghost in the Shell), Jun Maeda (compositor dos jogos do Key Visual Arts), entre outros. Então para começar, vamos falar do criador de verdadeiras obras-primas como Hoshi no Koe, Kumo no Mukou: Yakusoku no Basho e é claro, Byousoku 5 Centimeter. Lembrando que na medida que novos trabalhos forem aparecendo, o tópico também estará sendo atualizado.








Histórico
Makoto Shinkai (誠 新海) nasceu em 9 de fevereiro de 1973, na cidade de Koumi, localizada na província de Nagano. Depois de completar o ensino fundamental e médio, ele ingressou na Chou University de Tóquio, onde se formou em literatura japonesa. Enquanto estudava, o futuro diretor morou na província de Saitama, bem próximo a Tóquio. Durante esse tempo, Makoto participou de um clube de literatura juvenil, aprendendo a desenhar livros de ilustrações (agora sabemos onde tudo começou). Entre os anos de 1996 a 2000, ele conseguiu um emprego na produtora de jogos Falcom. Seu trabalho no local era a criação de vídeos em CG. A experiência de 5 anos permitiu o desenvolvimento das suas habilidades com computação gráfica, mostrando desde o começo, um inegável talento para a produção dos mesmos. Os lindos efeitos que vemos até hoje, são frutos dessa época. Mesmo assim, a pouca liberdade que possuía dentro da produtora, não o agradava. Ele tinha uma ambição muito maior do que a beleza dos seus vídeos, e com uma grande dose de criatividade, talento e determinação, Makoto começou a produzir independentemente. O ano de 1997 é o marco inicial em sua trajetória rumo ao reconhecimento internacional. O pequeno curta Tooi Sekai (obra bem desconhecida mesmo entre os fãs de Shinkai) serviu como um experimento para lapidar o seu estilo. Ainda em preto e branco, e sem som, o pequeno filme de um minuto e meio, teve boa parte de seu aspecto técnico reaproveitada em Kanojo to Kanojo no Neko. Esse segundo curta, cujo personagem principal é um gato chamado Chobi, recebeu alguns notáveis prêmios em festivais internacionais de animação (veja mais detalhes abaixo). Com isso, o primeiro grande passo havia sido dado, mas ainda faltava um longo caminho para a fama. Ao lado do seu inseparável Power Mac, Makoto continuou a aperfeiçoar as suas habilidades com programas de edição de vídeo. A vontade de criar algo realmente grande, fez com que ele pedisse demissão da Falcom, tudo para produzir o seu novo trabalho, Hoshi no Koe. Dois anos foram necessários para completar essa obra-prima. Nesse meio tempo, ele continuou a trabalhar em estúdios de animação, porém apenas como free-lancer. O começo da parceria minori, Tenmon e Makoto surgiria a partir desse momento. É verdade que a minori não tem nada a ver com as produções de Shinkai, mas entre aqueles que acompanham o mercado de Visual Novels, as aberturas dos jogos da minori estão sempre entre as mais belas. O seu trabalho como free-lancer, acabou contribuindo também, com a campanha publicitária de Hoshi no Koe, já que várias empresas de animes viram o potencial da obra. Com isso, Makoto conseguiu a ajuda de algumas pessoas, o que permitiu a inclusão de trilha sonora e dublagens mais variadas. É desnecessário dizer que o Hoshi no Koe conquistou o seu espaço no concorrido mercado de animação, levando Makoto Shinkai a finalmente conseguir ingressar num grande estúdio. Dentro da CoMIX Wave, e com um grande orçamento em mãos, o já reconhecido produtor/diretor passou a desfrutar de todos os recursos necessários para produzir um longa-metragem. Engana-se quem pensa que a vida dele melhorou após entrar para CoMIX Wave, afinal, diferente do trabalho independente, a presença de uma equipe de produção, a pressão por retornos financeiros, e vários outros entraves presentes nas grandes produtoras poderiam acabar com a sua curta carreira. Esse momento foi decisivo, o próximo filme de sua autoria teria de ser realmente bom, caso contrário, os seus trabalhos anteriores seriam considerados apenas uma tacada de sorte. Kumo no Mukou, Yakusoku no Basho, era o nome da obra que tinha a missão de honrar a reputação de Makoto. Dessa vez, seriam uma hora e meia de animação, praticamente três vezes mais do que Hoshi no Koe. O resultado, todos já devem saber, Kumo no Mukou, Yakusoku no Basho, foi lançado em 2004, e conquistou a exemplo dos seus antecessores, vários prêmios internacionais. A carreira de Shinkai estava enfim consolidada, a partir desse momento, ele alcançou "status" no mercado de animação. Byousoku 5 Centimeter seu quarto ou quinto trabalho (alguns levam em contra Tooi Sekai, já outros não), esteve cercado de expectativas, mas diferente do antecessor, não eram expectativas quanto a qualidade, mas sim em relação a quanto tempo demoraria para chegar uma nova obra-prima.



Curiosidades sobre Makoto Shinkai
- A terra natal de Makoto Shinkai, Koumi (小海町), é uma pequena cidade localizada na província de Nagano. A população do local é de aproximadamente 6000 habitantes. O clima é bastante ameno, com picos de temperatura de 28 °C durante o verão e, 0 °C durante o inverno. Turisticamente, a província de Nagano (não a cidade de Koumi), é conhecida pelas estações de esqui, e pelos lindos resorts, que garantem boas opções de lazer em qualquer época do ano. A paisagem das cidades localizadas na província difere em muito daquelas encontradas na capital Tóquio. Pense sobre o lindo céu presente nos filmes de Makoto Shinkai, e a partir disso, imagine uma cidade real com essas mesmas características. A inspiração para os cenários de praticamente todos os seus filmes vem justamente da sua terra natal.
- A formação de Makoto Shinkai, difere bastante daquela reservada a futuros cineastas. Mesmo assim, a graduação em literatura japonesa contribuiu em muito para a criação de todas as suas obras. Afinal ninguém cria algo sem se inspirar em nada. O lirismo japonês se encontra bastante presente, principalmente em Kumo no Mukou: Yakusoku no Basho e Byousoku 5 Centimeter.
- Os cenários de Kanojo to Kanojo no Neko (She and Her Cat) e Hoshi no Koe (Voices of a Distant Star), foram feitos tendo como inspiração a província de Saitama.
- O anime favorito de Makoto Shinkai é Laputa ~Castle of the Sky~, do reconhecido Hayao Miyazaki.



Estilo
Makoto Shinkai possui um estilo único, assistir a qualquer um dos seus trabalhos, sejam as aberturas de jogos, ou os filmes, revelam uma gama variada de técnicas de animação, que dificilmente seriam notadas se fossem usadas por outro produtor. Não é exagero dizer, que o mundo criado por ele é mais bonito do que a própria realidade, acabando de vez com aquela clássica frase, de que nada é mais lindo do que a natureza (a da vida real). Entre as peculariedades do seu estilo destacam-se a técnica de iluminação, a movimentação da câmera, o detalhamento com a queda de folhas, pétalas de flores e neve, e o uso, e abuso do recurso de fotografia e flashes. Além da parte técnica, certos cenários e situações sempre ou quase sempre marcam presença nas obras. A linha ferroviária e o trem, o exuberante céu, objetos voadores (aviões de papel, foguetes e outros), o bonde, a sala de aula, os cenários quase sempre campestres e bucólicos, objetos caindo sobre a água, e por fim os guarda-chuvas. Com relação aos temas, Shinkai gosta de abordar bastante a distância, a transição entre infância, adolescência e fase adulta, o lugar a ser alcançado, a impotência diante de certas situações e a força dos relacionamentos. Confira abaixo uma lista mais detalhada sobre o estilo de Makoto Shinkai.


Técnicas



Iluminação: Um dos detalhes mais fáceis de serem notados, e um dos mais usados também. Há variações na maneira de se colocar a iluminação. Alguns exemplos conhecidos do uso dessa técnica é a luz do sol entrando na sala de aula, o reflexo dela nos vidros de trens, prédios ou da água, o clarão iluminando os objetos do cenário (conferindo vida aos mesmos) e o uso da câmera focalizando o sol, que confere aquele clássico efeito de cegueira, comum de acontecer entre as pessoas que olham diretamente para o astro. Cada um desses efeitos pode ser conferido em qualquer abertura ou filme, mas ele se faz muito presente na abertura de Wind ~a breath of heart~ (aquele onde a personagem Minamo aparece falando algumas coisas no começo).



Movimentação de câmera: Outro recurso bem ligado ao estilo de Makoto. Um dos usos desse recurso é o giro de câmera, que consiste na circunscrição em volta de algum personagem ou objeto. Essa técnica é bem rara de se aparecer, mesmo entre os vídeos e filmes de Shinkai. Outro que pode ser destacado é a movimentação brusca da câmera, que num piscar de olhos sobe, desce ou vai para algum dos lados rapidamente. Há também momentos em que a câmera apenas acompanha a cena sobre os olhos do personagem, ou focalizando ele ou algum objeto. O giro de câmera pode ser visto no vídeo de ef ~a fairy tale of the two~, enquanto os outros efeitos figuram principalmente em Byousoku 5 Centimeter e Haru no Ashioto. Mas o melhor exemplo de como o efeito pode ser usado, está em ef the latter tale. Nesse vídeo o ponto de referência para o abusado giro, não é alguma pessoa, construção ou objeto, e sim o próprio céu.



Queda de folhas, pétalas de flores e neves: Nota-se um grande cuidado com a queda desses objetos. Eles caem de uma maneira calma e tranquila. A movimentação é um dos destaques, bastante diferente do presente em outros animes. Os elementos naturais citados, colocam um ar a mais de realidade nas cenas, imitando perfeitamente o fenômeno da vida real.



Fotografia e flashes: Poucas pessoas no mercado de animação japonesa têm o talento de Makoto Shinkai, no que se refere à capacidade de usar o recurso de fotografia e flash. A fotografia consiste em colocar várias cenas paradas durante uma animação numa rápida sequência. As cenas em si não têm ligação entre elas, o que não acaba criando aquele efeito típico das animações com desenhos de papel. A técnica costuma ser utilizado principalmente em cenas de flashback, mostrando em poucos segundos vários momentos da vida passada de um personagem. Os flashes costumam vir acompanhados com a fotografia, marcando a transição entre uma cena e outra. Veja o vídeo final de Byousoku 5 Centimeter (assista o filme inteiro antes), e confira o melhor exemplo de Shinkai no uso dessas técnicas.

Cenários e situações (Cuidado! Possíveis spoilers)



Linha ferroviária e trem: O trem e a linha ferroviária são quase como personagens secundários no enredo dos filmes. Em Kumo no Mukou, Yakusoku no Basho, há a clássica cena, onde Sawatari Sayuri brinca de se equilibrar entre os trilhos. Chobi de Kanojo to Kanojo no Neko, faz uma menção a presença de sua dona nos vagões do trem. Mas a importância do trem e da linha ferroviária se faz presente novamente em Byousoku 5 Centimeter. No começo do longa, o atraso do meio de transporte em decorrência da forte nevasca, causa uma ansiedade tremenda em Takaki e na maioria daqueles que assistiram ao longa-metragem. Ainda nesse mesmo filme, mais precisamente na parte final dele, há a breve cena de reencontro de Takaki e Akari, onde a passagem do trem causa novamente um suspense. É quase como dizer, que o trem é um símbolo da distância entre eles. Com relação aos vídeos de animação, os dois elementos aparecem de alguma forma, embora estejam sendo usados mais como detalhes de cenário.



Céu: Esse eu nem precisava comentar, é auto - explicativo. Mesmo assim, um dos pontos mais belos da produção de Makoto Shinkai, é o detalhamento do céu. AIR TV e Sola podem apresentar o céu como algo belo, mas somente os filmes, vídeos e pinturas de Makoto o fazem com maestria. Seja o céu diurno ou noturno, todos os detalhes foram muito bem feitos.



Objetos voadores: Aviões de papel, foguetes, mechas, aviões, pássaros ou mesmo uma garota em pleno céu (Haru no Ashioto) aparecem de uma forma ou de outra nos filmes e vídeos do produtor. A fixação por objetos voadores é algo bem nítido. Em ef ~a fairy tale of two~, praticamente no vídeo inteiro um avião de papel está voando pelo cenário. O foguete é mostrado em Byousoku 5 Centimeter, e representa algo muito importante na vida de Takaki Tohno, e pode ser considerado um momento de reflexão para quem assiste. Os mechas se fazem presentes em Hoshi no Koe, reforçando o sentimento de solidão de Mikako Nagamine, sempre voando sozinha dentro da máquina. O avião é usado em Kumo no Mukou, Yakusoku no Basho, e é por meio dele que a promessa de Sawatari Sayuri e Hiroki é realizada. Por fim, passáros voando estão presentes em praticamente todos os vídeos de Shinkai. E na falta de algo voador, colocaram até uma garota em pleno céu. Tudo é bem simbólico, mas mostram perfeitamente a fixação que o produtor tem pelo céu.



Bonde: O objeto em si, não tem uma utilidade em nenhum dos filmes. Ele não representa nada, e nem é usado para causar impacto em alguma cena. Porém por ele ser tão comum, resolvi a menos citá-lo.



Sala de aula: Com exceção de Kanojo to Kanojo no Neko, todos os seus sucessores possuem personagens adolescentes, então não é surpresa nenhuma que a sala de aula apareça. Nos jogos não é diferente, a única exceção é Bittersweet Fools. De resto, esse é mais um cenário comum. A beleza do efeito de iluminação usado por Shinkai pode ser percebido graças a esse ambiente, os raios de luz entrando pela janela, e refletindo na carteira é um show a parte. Wind ~a breath of heart~. ef ~a fairy tale of the two~, Kumo no Mukou Yakusoku no Basho e Byousoku 5 Centimeter são os melhores exemplos.



Cenários campestres e bucólicos: Mais de 60% dos cenários tem como paisagem de fundo uma cidade do interior. O fato de o próprio Makoto ter nascido em Nagoya, um local mais campestre, contribui bastante com isso. Há sempre uma preocupação com os elementos da natureza. Grandes cidades aparecem com alguma frequência, mas o campo e a natureza são sempre os lugares mais bem trabalhados. A cidade tem um papel mais central em Byousoku 5 Centimeter e Kanojo to Kanojo no Neko (embora nesse, a história passe quase que totalmente dentro de uma casa). Nos outros filmes e vídeos de animação, largos campos, belos parques naturais, plantações, regiões montanhosas, lagos, entre outros, acabam sendo mais destacados.



Objetos caindo sobre a água: Seja uma lágrima em Bittersweet Fools, uma gota de água em Wind ~a breath of heart~ ou a pétala de cerejeira em Byousoku 5 Centimeter, o efeito de onda, causado pela queda de algum pequeno objeto numa poça d'água, está presente no estilo de Shinkai. Pode parecer um detalhe banal, mas junto com todas as outras sutilezas encontradas no seu jeito pessoal de se produzir filmes, cada um desses pequenos detalhes, acabam fazendo uma grande diferença.



Guarda-chuvas: Na maioria das vezes os guarda-chuvas aparecem com alguém, entretanto há casos que mesmo sem dono, eles estão jogados por aí. Na primeira cena de Byousoku 5 Centimeter a personagem Akari carrega um, e o abre logo depois de um trem passar, pronunciando a conhecida frase "espero que possamos ver novamente a cerejeira no ano que vem". O fato de ela ter aberto o guarda-chuva no momento em que disse essa frase acabou fazendo com que a cena tivesse um impacto ainda maior. Só mesmo assistindo para comprovar. Outro exemplo de um guarda-chuva deixando alguma cena mais "pop", acontece em Haru no Ashioto. Durante o refrão da música, em três momentos onde a voz da cantora Hitomi Harada se eleva, as três protagonistas do jogo abrem os seus guarda-chuvas, uma em cada pico de voz. Em Hoshi no Koe, a personagem Nagamine, quando estava patrulhando num planeta longínquo e deprimida por causa da solidão de estar praticamente vagando sozinha no espaço, acaba lembrando das belezas naturais do planeta Terra. Num dos seus pensamentos, ela lembra o quanto era belo o barulho da chuva batendo no seu guarda-chuva. Com relação as participações isoladas de guarda-chuvas perdidos, temos uma em Wind ~a breath of heart~, onde o referido objeto cai sobre a água, causando o já citado efeito de onda.

Temas (Os temas apenas aparecem nos filmes de Makoto. Até por que nos vídeos de animação não tem como trabalhar nenhum tema em especial. Lembrando que a seção seguinte pode conter possíveis spoilers)



Distância: Tema principal da maioria dos filmes. A diferença em cada um deles é que a forma de apresentar a distância varia um pouco. Kanojo to Kanojo no Neko, mostra a história sobre a visão de um gato. Como qualquer animal, ele está bastante distante do mundo sobre a lógica dos humanos, e apenas vive a sua vida alheio aos problemas da sociedade. Hoshi no Koe mostra a distância entre dois amigos de colegial Noboru e Nagamine. Apesar de o tema do curta-metragem parecer à distância entre os dois protagonistas, na verdade o principal mesmo, como é bem dito no filme, é a mensagem de que desejos e pensamentos podem superar tempo e espaço. Lembre-se das Grandes Navegações, e coloque isso sobre um panorama espacial. A idéia é que não há distância que não possa ser superada pelo desejo humano de alcançar novos lugares. Kumo no Mukou, Yakusoku no Basho, retrata a distância entre uma torre e o pensamento de várias pessoas, em especial do trio Hiroki, Takuya e Sayuri. A separação de familiares durante a divisão Norte-Sul e o romantismo em volta daquela torre no horizonte, são os pontos de vistas das duas gerações de pessoas que vivem sobre a divisão. A distância nesse caso, é personificada na torre, e representa o quanto se deve percorrer para realizar sonhos, cumprir promessas, ou em resumo alcançar algum lugar. Por fim, Byousoku 5 Centimeter mostra o tema de uma maneira menos simbólica do que os antecessores, colocando em questão a distância de duas pessoas, e como o sentimento de uma em relação a outra se modifica com o tempo.



Transição entre infância, adolescência e fase adulta: Os dois primeiros filmes não possuem essa transição. Isso se deve provavelmente aos poucos recursos da qual dispunha Makoto Shinkai quando fez Hoshi no Koe e Kanojo to Kanojo no Neko. Somente a partir de Kumo no Mukou é que a infância, a adolescência e a fase adulta passam a ser tratados. O interessante é ver o grau de realismo colocado nas personagens em cada uma dessas fases. O desenvolvimento das características e pensamentos do elenco é sempre bem trabalhado. Não é igual ao que acontece em Dragon Ball e Naruto, onde a mudança de fase apenas acrescenta novos cenários e personagens, sem alterar tanto o pensamento e as características dos protagonistas. É claro que estamos falando de shounens, mas é meio sem sentido ouvir pessoas dizendo que foi um toque de gênio do criador dessas séries. Takaki e Hiroki sentem bem o que é deixar a inocência da infância, e passar para as fases seguintes. O mundo que chega até eles, não pode ser simplesmente controlado pela vontade deles. Há barreiras sendo impostas, e cada vez mais vemos eles se adequando a elas, já que tentar superar isso seria impossível.



Lugar a ser alcançado: Mais um tema que se complementa ao que já foi dito. A partir de Hoshi no Koe há sempre algum local em especial que o protagonista deseja alcançar. As razões de cada um deles dependem da maneira de pensar dos protagonistas. Nagamine não pode de maneira alguma voltar a Terra para rever a beleza natural do planeta e nem pode mais se encontrar com Noboru. Então a garota deseja que a menos a sua "voz" alcance Noboru através do seu celular. Em Kumo no Mukou, Hiroki quer alcançar e mostrar para Sayuri a torre de Ezo. O lugar prometido dos dois faz com que o protagonista voe num avião e atravesse uma zona de conflito até alcançá-lo. Somente assim, ele e Sayuri poderiam acordar para a realidade, mostrando simbolicamente que a torre apenas impedia os dois de viverem adequadamente as suas vidas. Em Byousoku 5 Centimeter não existe um local fixo a ser alcançado, Akari e Takaki desejam apenas alcançar um ao outro, independente da onde estejam.



Impotência diante de certas situações: O fato de Nagamine estar confinada no espaço e nada poder fazer para retornar a Terra. O desaparecimento misterioso de Sawatari Sayuri e a inexistência de pistas que possam levar Hiroki a encontrá-la. A distância entre Takaki e Akari que não poderia ser vencida inicialmente apenas pela vontade dos dois. Em geral, as barreiras que o mundo vai colocando na nossa frente em várias ocasiões, causam a referida impotência em determinados momentos das produções de Makoto.



Força dos relacionamentos: O relacionamento entre os protagonistas é muito forte em praticamente todos os filmes. Não há distância, impotência ou barreira que quebra totalmente a comunicação entre eles. Mesmo o final de Byousoku 5 Centimeter parecendo chato para alguns, em especial para aqueles que esperavam um Happy End, não se pode dizer que Akari se esqueceu completamente de Takaki. Ela ainda lembra bem dele, e que fique bem claro, ela não o traiu. A vida dá voltas, e a própria passividade de Takaki foi causa para ela desistir de namorá-lo futuramente. Mesmo assim, Akari sabe o quanto o rapaz foi importante em sua vida. Pelo lado dele, o protagonista ficou tão preso a sua vontade de ver Akari, que o seu mundo simplesmente desmoronou. Falando de Hoshi no Koe a troca de mensagens entre Nagamine e Noboru, mesmo num espaço de tempo de 8 anos, mostra perfeitamente o que quero dizer sobre fortes relacionamentos.

Obras de Makoto Shinkai


Livro de imagens




Fuukin
1993
Criado por Makoto antes mesmo dele entrar se formar na faculdade, Fuukin é um livro de ilustrações, que teve volumes publicados de 1993 à 1996.



Namekuji
1994
Namekiji é uma série de imagens mescladas com texto. O pequeno livro, conta a história de vida de uma mulher, desde o seu nascimento até a fase adulta.



Sora no Kioku
2008
Esse livro de 427 imagens, contém a arte de quase todas as obras de Makoto, desde Hoshi no Koe, até Byousoku 5 Centimeter.

Abertura de jogos da Falcom
A Falcom não é muito conhecida aqui no Brasil, porém os títulos da franquia Ys estão entre os maiores nomes da história dos RPGs. Makoto Shinkai passou o seu início de carreira nos estúdios de Falcom, fazendo vídeos de abertura para os jogos da empresa. Experiência que mais tarde seria usada na concepção de seus filmes, e também na criação de novos vídeos, dessa vez para a minori.



Ys II Eternal e Ys I/II Complete
2000 e 2001, respectivamente.
O game original dessa série de RPG super popular no Japão, saiu em 1987, para o MSX. A segunda versão seria lançada um ano depois. Tanto Ys I/II Complete, como Ys II Eternal, são na verdade remakes de Ys: The Vanished Omens e Ys I e II. Essa série de RPGs ficou famosa pelo seu esquema de luta que mistura ação com RPG. As batalhas não possuem o esquema travado da maioria dos jogos do estilo, muito pelo contrário, elas são bem rápidas. Some-se a isso, gráficos e efeitos sonoros, que embora não sejam grande coisa hoje, estavam bem a frente do seu tempo na época em que foram lançados.


Eiyuu Densetsu V: Umi no Uriuta (The Legend of Heroes, Cage Song of The Ocean)
1999
Eiyuu Densetsu é outro jogo da produtora Falcom. Embora ele não desfrute da popularidade que a série Ys tem no ocidente, Eiyuu Densetsu é bem popular no Japão. Aliás, se não fosse, nem teria conseguido chegar até a quinta versão. Com menus complicados, várias opções de customização, character design no estilo anime, magias destruidoras e uma história cativante e cheia de reviravoltas, que fecham uma trilogia, iniciada na terceira versão do jogo, Eiyuu Densetsu tem todos os ingredientes certos para agradar aos amantes de RPG. Pelo lado dos fãs de Makoto Shinkai, esse é mais um game com um belo vídeo de abertura.

Video de Abertura (Youtube)
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Abertura de jogos da Minori
Depois de deixar a Falcom, Makoto Shinkai passou um tempo trabalhando para a minori. A empresa de jogos para PC, conhecida por seu trabalho na criação de Visual Novels, possui um extenso currículo de títulos de qualidade. O fato de Shinkai ter se juntado a minori, contribui em muito com a sua futura carreira de diretor, já que a empresa de jogos contava com vários talentos. Na maioria das aberturas é possível decorar nomes que estão presentes até hoje. Hitomi Harada, Sakai, Yu Kagami e Tenmon são alguns exemplos. De seus ex-parceiros da minori, Makoto conseguiu a contribuição do Tenmon, responsável pela trilha sonora dos games. Toda as belas músicas de Hoshi no Koe, Kumo no Mukou e Byousoku 5 Centimeter foram feitas pelo Tenmon, o que com certeza foi um ótimo negócio para o senhor Shinkai.



Bittersweet Fools
2001
Bittersweet Fools é o primeiro trabalho da produtora na qual Makoto esteve envolvido. Tudo bem que ele fez apenas o vídeo de abertura, mas a qualidade de talentos presente na concepção dele resultou num belo clipe de introdução, que estava bem a frente da qualidade de outras Visual Novels. A produção de vídeo sobre a supervisão de Shinkai teve ainda a presença de um dos gênios do mundo dos mangás, Aida Yuu, criador de Gunslinger Girl. Pelo design de personagens e pelo próprio universo do jogo, percebe-se claramente a influência do criador de Henrietta e companhia.

Vídeo de Abertura (Youtube)

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Wind ~ a breath of heart~
2002
Wind é uma das mais famosas Visual Novels criadas pela minori. Embora as versões animadas não façam jus ao nome do game, Wind possui uma história cativante e misteriosa. O enredo acontece numa cidade chamada Kazune. Makoto (não o diretor) e a sua irmã Hinata acabam de se mudar para o local, logo após a morte dos seus pais. O protagonista já esteve na cidade antes, e conhecia uma garota chamada Minamo. Não demora muito até os dois se encontrarem de novo. A família de Minamo e Makoto tem uma forte relação e alguns dos maiores mistérios de Kazune tem ligação com a morte dos pais de Makoto e a mãe de Minamo. Ao todo existem três vídeos diferentes de abertura. A melhor delas é aquela onde a personagem Minamo fala algumas frases antes da música começar a ser tocada.

Vídeo de Abertura 1 (Youtube)
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Vídeo de Abertura 2 (Youtube)
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Vídeo de Abertura 3 (Youtube)
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Haru no Ashioto
2004
Caso já tenham assistido a versão animada, não se deixem enganar por ela. Aquele OVA de um episódio, que nada tem a ver com a história do jogo, simplesmente mancha o nome da franquia. Por alguma razão bizarra, com exceção do excelente ef ~a tale of memories~, todos os outros jogos da minori ganharam versões péssimas em anime. A empresa com certeza acaba tendo a sua imagem denegrida com essas conversões, já que Haru no Ashioto é um dos exemplos mais nobres de como se faz uma Visual Novel. Com relação ao vídeo de abertura, os efeitos criados por Makoto Shinkai o colocam como um dos mais belos trabalhos dele com animação. Wind pode ter ótimos efeitos de iluminação, mas Haru no Ashioto demonstra um excelente trabalho de câmera, aliada a cenas marcantes, como o da garota de cabelo vermelho pulando de um trilho suspenso no ar. A cena dos guarda-chuvas não fica para trás, com um trabalho perfeito de sincronização entre a música e o momento.

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ef ~a fairy tale of the two~
2006
Até agora, ef é o último jogo original produzido pela minori. Recentemente o game ganhou uma versão em anime, que conseguiu manter a bela arte do título. A animação teve músicas feitas pelo Tenmon, e embora não tenha conquistado uma grande popularidade, a menos conseguiu o status de “anime arte”, devido à animação, ótima trilha sonora e um enredo maduro e sem clichês. Ou seja, conseguiu honrar perfeitamente o game. O vídeo de abertura do jogo, apresenta uma técnica de animação exclusiva dele: o giro de câmera. Bittersweet Fools pode até ter algo parecido, porém o recurso nesse caso é algo bem incompleto. Em ef, o giro é em 360 graus, mesclando ainda, muitos efeitos de fotografia e flash. Sensacional, para resumir tudo em uma palavra.

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Vídeo de Abertura (Página Oficial)
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ef - the latter tale
2008
Continuação do primeiro game, ef - the latter tale tem previsão de lançamento marcada para o dia 30 de maio desse ano. A equipe de produção continua sendo a mesma, então espere por cenários, músicas e estilo de enredo bem parecidos com ef ~a fairy tale of the two~. Com relação a participação de Makoto Shinkai nesse jogo, ela novamente fica restrita apenas ao vídeo de abertura. E isso de maneira algum é ruim, arrisco dizer que o melhor do jogo, pode até acabar sendo o trailer feito por ele. Se os trabalhos anteriores de Makoto já eram excelentes, sejam os filmes ou vídeos de abertura, esse novo trailer de the latter tale simplesmente atropela os seus antecessores. E não é brincadeira, a qualidade de animação está soberba, e mostra o quanto Shinkai continua evoluindo. Reparem nos belos efeitos de água e no abusado giro de câmera acompanhado por algumas dezenas de passáros. Realmente fantástico.

Vídeo de Abertura (Youtube)
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Vídeo de Abertura (Página Oficial)
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Ilustrações

Sora
1997
Aquarela
Pintada durante a produção de Tooi Sekai, Sora é uma obra que representa a superação. O homem e a mulher da pintura passaram por várias experiências, e o prêmio deles por terem superado tantas situações, é a imagem do céu feita por Makoto Shinkai.


Futon-Hoshi
2000
CG
A ilustração foi criada para ser uma versão com final feliz de Kanojo to Kanojo no Neko. O estilo de Shinkai é nitidamente percebido graças aos efeitos de iluminação e a presença de uma linha ferroviária. O céu aberto, a iluminação e a presença de cores dão o toque necessário, que representam um novo começo para a dona de Chobi.


Keitai Denwa
2000
CG
Como o nome sugere, Keitai Denwa (telefone celular) é uma imagem que representa o popular aparelho. A arte em preto e branco, combinada com a imagem da garota com a cabeça abaixada, confere um clima bastante obscuro e melancólico. A intenção é mostrar que apesar da praticidade, o celular é um símbolo da quebra de comunicação entre as pessoas.


Hitori no Heya
2000
CG
O nome diz tudo (algo como o quarto da solidão). O quarto vazio de um apartamento, com a presença de apenas poucos móveis e uma única pessoa, mostra o sentimento de solidão na modernidade. A metáfora envolvida na imagem da mulher dentro do apartamento é a do homem sempre preso dentro de uma caixa.


Kusahara
2000
Aquarela
Pintura feita a mão, Kusahara foi encontrado dentro do caderno de anotações de Shinkai. Mesmo sendo feito em aquarela, perceba que as peculariedades do estilo de Makoto permanecem intactas.


Kanojo to Kanojo no Neko
2001
CG
A arte de Kanojo to Kanojo no Neko foi incluído junto com o CD-ROM do curta metragem. Agora com cores, a imagem mostra uma cena do "casal" Chobi e ela, momentos após o encerramento do filme. Apesar de todos os problemas vividos pela dona do felino, a vida continua, apesar de tudo.

Outros trabalhos



Tou no Mukou
2002
Mangá
Tou no Mukou é um curto mangá de 16 páginas, distribuído pela Kadokawa Shoten. A obra figurou nas páginas da Shin Genjitsu em setembro de 2002. O título é considerado uma espécie de prelúdio do filme Kumo no Mukou, Yakusoku no Basho.


Egao
2003
Vídeo clipe, 2 minutos e 20 segundos.
Enquanto produzia Kumo no Mukou, Yakusoku no Basho, Makoto Shinkai esteve envolvido com esse pequeno clipe musical, preparado exclusivamente para o programa Minna no Uta, do canal de televisão NHK. Minna no Uta é um programa musical, exibido desde 1961. Talvez por ele mesmo gostar do programa, a produção do mesmo, acabou convidando-o para fazer um vídeo clipe. A música Egao, interpretada por Hiromi Iwasaki, chegou em DVD, no dia 2 de julho de 2003, no Japão. O disco contava com quatro versões diferentes da música, além de uma entrevista com o próprio Makoto e a cantora Hiromi Iwasaki.

Vídeo Clipe (Youtube)
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Neko no Shuukai
2007
Curta-metragem
Neko no Shuukai é um dos trabalhos mais recentes de Makoto Shinkai. Entretanto esse curta-metragem se diferencia bem do filme mais atual dele, Byousoku 5 Centimeter. Ao invés de dramas envolvendo temas mais complicados, Neko no Shuukai é uma divertida história feita para o programa Anikuri 15, da rede de televisão NHK. Para quem não sabe, o programa é conhecido por transmitir curta-metragens feitos por produtores/diretores consagrados. A nova obra tem o intuito de ser simples e descompromissada, tudo "para agradar aqueles que não estão habituados a ver animação no canal, e fazê-los divertir pelo menos um pouco", segundo palavras do próprio produtor.

Curiosidades sobre Neko no Shuukai
- Adivinhem quem é o personagem principal de Neko no Shuukai? Se você chutou Chobi, acertou. O gato que ficou famoso por aparecer em inúmeros outros trabalhos de Makoto, é uma das estrelas desse curta-metragem. Pelo visto, Chobi ainda tem muitas histórias para contar.

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The Shimano Mainichi Shinbun
2007
Comercial, 15 segundos
O Mainichi Shinbun é um dos jornais mais conhecidos do Japão. Por isso não é de se estranhar que o periódico possua uma forte campanha de marketing para tentar atrair novos leitores. Como forma de chamar atenção, o jornal fez uma parceria com Makoto Shinkai, para que esse fizesse um comercial animado de 15 segundos. Fico pensando se a campanha dará certo, pode até ser mais positivo para a fama do produtor, do que para o próprio Mainichi Shinbun.

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Filmes


Tooi Sekai
1997-1999
Curta-metragem, 1 minuto e 28 segundos
Kanojo to Kanojo no Neko seria o primeiro trabalho a dar fama para Makoto Shinkai. Entretanto, antes disso, um pequeno curta de 1 minuto e 28 segundos serviu como laboratório de testes para o que viria mais à frente. A ambientação é parecida com a de Kanojo to Kanojo no Neko, sendo totalmente em preto e branco.

Curiosidades sobre Tooi Sekai
- O filme foi feito em 1997. Porém durante um período de dois anos, ele continuou a ser editado. Somente em 1999, o projeto foi concluído.
- Embora seja bem desconhecido, mesmo entre os fãs, Tooi Sekai teve duas conquistas importantes. A primeira ocorreu no eAT Kanazawa'98, enquanto que a outra foi no SKIP Creative Human Award'98.

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Kakomareta Sekai
1998
Curta-metragem, 30 segundos
Esse curto filme totalmente em 3D, foi visto por pouca gente mesmo. Assim como Tooi Sekai, ele provavelmente era um projeto experimental. Mas diferente do primeiro, Kakomareta Sekai não passou por edição e nem chegou a ser apresentado ao público. Ou seja, é uma das obras mais obscuras de Makoto Shinkai. Existem apenas algumas poucas imagens disponíveis no site pessoal do produtor, mas nada muito relevante. Pelas imagens parece um filme bem "bonitinho", mas de acordo com o senhor Shinkai essa é uma história bastante séria e obscura. Esperamos ver esse título algum dia.


Kanojo to Kanojo no Neko
2000
Curta-metragem , 4 minutos e 46 segundos
Toda a carreira de Makoto Shinkai começaria graças aos poucos 5 minutos de Kanojo to Kanojo no Neko. Mesmo sendo simples e em preto e branco, o título possuía vários detalhes implícitos, simplesmente geniais. O enredo narra a vida de um gato chamado Chobi. Num certo dia, o felino foi adotado por uma mulher, a quem ele se refere como "ela". Chobi acaba se apaixonando por sua dona, e a trama é narrada sobre a sua visão. O interessante do curta-metragem é a maneira como Chobi enxerga o mundo. Por ser apenas um gato, o protagonista não consegue perceber muitos detalhes, ficando limitado a apenas seguir a sua vida, sem se preocupar demais. A idéia oculta é que o mundo continua girando, mesmo diante dos nossos problemas (no caso a dona de Chobi). Curto, mas com um grande valor tanto para a animação japonesa, quanto para qualquer um que possa assisti-lo.

Curiosidades sobre Kanojo to Kanojo no Neko
- O casal Chobi e Mimi, que voltariam a ser mencionados em Kumo no Mukou e Byousoku 5 Centimeter, fizeram a sua primeira aparição nesse clássico filme. Mimi é a namorada de Chobi em Kanojo to Kanojo no Neko, embora o gato protagonista insista em dizer que gosta mesmo é da sua dona.
- Além da primeira versão de cinco minutos, o curta ganhou outras duas versões menores, uma de 3 minutos, e outra com 1 minuto e meio.
- Cinco minutos costumam passar bem rápido. Porém reproduzir esse tempo em animação não é das tarefas mais fáceis, principalmente no caso de você trabalhar sozinho. Kanojo to Kanojo no Neko levou cinco meses para ser produzido. Ou seja, paciência é uma das maiores virtudes para quem quer seguir carreira na área de animação.
- Prêmios podem não dizer muita coisa, mas graças a eles, algumas obras conseguem se tornar reconhecidas eternamente. Kanojo to Kanojo no Neko, aos olhos de uma pessoa normal, não parece ter muito valor. Porém os prêmios ganhos por ela, comprovam a importância diante do mercado de animação. Veja abaixo as conquistas do filme:
Human Grand Prix - Prêmio por criatividade.
Grand Prix in 12th DoGA - Melhor Animação em CG.

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Hoshi no Koe
2002
Filme, 25 minutos
Num futuro não muito distante, a raça humana desenvolveu a capacidade de sobreviver em outros planetas. A principal base espacial humana se localiza em Marte. A exploração espacial parecia algo somente monopolizado pelos terráqueos, mas esse panorama acaba mudando no momento em que a base espacial de Marte é atacada por alienígenas. A raça desconhecida se autodenomina como Tarsians. Com o passar do tempo, a tecnologia dos aliens começa a ser assimilada pelos humanos, levando a criação dos Tracers (os mechas do filme) e da Cosmonaute Lysithea (uma gigante nave espacial). Com isso a ONU cria uma força especial para combater a ameaça, e começa a escolher pessoas capacitadas para viajar pelo espaço. Nagamine Mikako, uma simples garota prestes a ingressar no ensino médio, acaba sendo escolhida. Ela deixa para trás o seu melhor amigo, Noboru Terao. Mesmo sabendo das consequências, a protagonista resolve aceitar o desafio, e no decorrer da história, é nítido o quanto a solidão e depressão começam a tomar conta da menina. Nagamine se comunica com Noboru por meio de mensagens mandadas pelo seu celular, mas a medida que a nave da ONU se afasta da Terra, mais tempo leva para as suas palavras chegarem até Noboru (nunca tinha pensando o quanto demoraria uma mensagem da Terra até o espaço). Hoshi no Koe mostra de uma maneira sutil, o quanto estar longe de tudo pode ser doloroso. Há varias outras mensagens ocultas nessa obra-prima da animação. São 25 curtos minutos, mas que valem cada momento do seu tempo.

Curiosidades sobre Hoshi no Koe
- Hoshi no Koe expressa a paixão do produtor pelo espaço. Mais tarde, algumas referências a astronomia iriam aparecer nos seus filmes seguintes. Porém é em Hoshi no Koe que podemos ver bem esse lado. Percebam alguns detalhes importantes como as localidades do planeta Marte e a tempestade de raio entre Io e Jupíter.
- Ficção científica também aparece bastante em Hoshi no Koe. Os Tracers, os portais de teletransporte, entre outros detalhes, todos são elementos consagrados nesse universo.
- A habilidade demonstrada por Shinkai em Hoshi no Koe foi reconhecida em vários eventos de animação mundo a fora. Confira em quais delas o filme ganhou algum prêmio.
Digital Contents Grand Prix 2002
The 1st New Century Tokyo International Animation Fair 21
The 7th Animation Kobe 2002
The 2nd Japan Otaku Award
The 6th Agency for Cultural Affairs Media Arts Festival
The 8th AMD Award

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Kumo no Mukou, Yakusoku no Basho
2004
Filme, 91 minutos
O primeiro trabalho feito num grande estúdio é uma obra diferente de qualquer outra feita anteriormente por ele. Nesse filme, há uma grande quantidade de termos científicos, aliados a uma conjuntura envolvendo temas geopolíticos. Entretanto, a presença de um protagonista feminino e masculino, aliada a temática de distância permanece intacta. A trama enfoca a infância e adolescência de três amigos: Sawatari Sayuri, Hiroki Fujisawa e Takuya Shirakawa. No mundo do filme, o Japão foi dividido em duas áreas de influência no pós-Segunda Guerra Mundial. O norte, sobre o comando da União Soviética, e o sul, sobre a posse dos EUA. O antigo território de Hokkaido foi rebatizado de Ezo, e ostenta uma enorme torre construída pela União. O poder dela é desconhecido, mas a presença de tal objeto causa fascínio nas pessoas. Hiroki e Takuya são apenas mais um desses envolvidos pela magia da torre, e sonham em um dia voar até o local. Para isso, eles trabalham numa fábrica militar próxima a torre. Os dois estão construindo um avião com o dinheiro conseguido no trabalho. Hiroki promete a sua amiga Sayuri, que um dia levará ela até lá (isso justifica o título do filme). Porém, num certo dia, Sayuri simplesmente desmaia, e passa a ficar adormecida. Além disso, é descoberto que a garota tem uma nítida relação com a torre de Ezo. É realmente difícil explicar a história desse anime, o enredo em si pode ser resumido a isso, porém a magia dele não pode ser compreendida somente lendo esse resumo, que mais faz as pessoas desistirem de assistir do que as incentivam. Vai uma dica então: assista ele, e procure entender cada detalhe. A complicada e enrolada história tem um significado profundo, como o de qualquer outra obra de Shinkai.

Curiosidades sobre Kumo no Mukou, Yakusoku no Basho
- Passados 3 anos sem se verem, Takuya e Hiroki resolvem se reencontrar. No momento do encontro, ambos se deparam com um gato, chamado Chobi. Sim, o gato de Kanojo to Kanojo no Neko recebeu uma pequena homenagem.
- O longa-metragem faz uma alusão a Guerra Fria. Porém, ao invés da Coréia ter sido dividida em duas áreas de influência, foi o Japão que sofreu com a partilha.
- O filme tem várias referências a assuntos psicológicos e científicos, e por isso, alguns acabam não gostando tanto dele, preferindo outros filmes de Shinkai. Mesmo assim, é interessante notar o tratamento dado a temas como os sonhos, as realidades alternativas e a física quântica.
- Como de costume, o filme de Makoto ganhou vários prêmios internacionais. Ao todo foram cinco. Uma no Seoul Comics and Animation Festival, outra no Canada Fantasia Film Festival (segunda melhor animação), mais uma no 44th Japaneses SF Convention (Melhor Arte), outra no Mainichi Film Awards 2004 (Melhor filme de animação) e por fim um último na Tokyo International Anime Fair 2003 (técnica de expressão).

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Byousoku 5 Centimeter
2007
Filme, 63 minutos
Esse é um conto sobre pequenas histórias envolvendo a distância entre duas pessoas. O longa é dividido em três partes, cada uma englobando um período específico na vida das personagens (a saber: infância, adolescência e fase adulta). Os protagonistas são Akari Shinohara e Takaki Tohno. No começo da história, eles ainda são duas crianças do ensino fundamental, e possuem uma forte amizade. No pensamento deles, ambos gostariam de ficar juntos para sempre, porém em decorrência do trabalho dos pais de Akari, a garota terá que se mudar para outra cidade. Mesmo assim, ambos continuam a se comunicar por cartas, entretanto, isso somente durante a infância. A partir do momento em que precisam se preocupar com os estudos, e mais tarde com o trabalho, a distância fará com que os dois passem a se comunicar menos, chegando a um ponto onde a comunicação simplesmente se encerra. O sentimento deles sobre o passado continuará firmemente guardado, porém a maneira como cada um enxerga o outro na fase adulta, acaba se alterando um pouco, bem como a visão de mundo deles.

Curiosidades sobre Byousoku 5 Centimeter
- O episódio favorito de Makoto Shinkai, é o segundo, Cosmonaut, que enfoca o período da adolescência de Takaki. É nesse mesmo capítulo que Kanae Sumita, a terceira protagonista da história, aparece.
- No começo do longa, durante a cena em que Takaki e Akari estão correndo pelas ruas de Tóquio, Akari encontra um gato, e o chama de Chobi. Além disso, ela menciona o nome de outro felino, Mimi. Percebeu a pequena homenagem? Chobi e Mimi são os gatos que aparecem em Kanojo to Kanojo no Neko.
- O nome do filme tem um duplo sentido. 5cm/s pode indicar tanto a velocidade com que uma pétala de cerejeira cai no chão, como também, a velocidade com que duas pessoas andando à passos normais se afastam.
- Durante a estréia do longa completo, ocorrida com exclusividade no Cinema Rise, de Shibuya, havia uma imensa fila, duas horas antes do filme começar. Não para menos, todos os ingressos já haviam esgotado.
- A obra de Makoto Shinkai, além de ter sido elogiada em praticamente todos os países por onde passou, ainda conseguiu ganhar o cobiçado Prêmio Lancia, durante a décima edição do Future Film Festival, ocorrido na cidade de Bolonha, Itália. O júri elogiou a habilidade do filme de "combinar poesia, arte, capacidades técnicas com animação e novas tecnologias, aliada à uma história comovente e profunda".

Trailer 1 (Youtube)
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Vídeo Clipe - One More Time, One More Chance (Youtube)
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Extra - Rascunhos e imagens do processo de animação

















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FONTE:
Subete Animes - 全て アニ メ

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